Kalash no topo do estilo
Ultrapassar 300 milhões de visualizações no Youtube com um único clipe não é para todos os artistas. Mas Kalash não é um artista qualquer: autêntico, sem concessões, multifacetado, é uma verdadeira estrela atípica do rap game e não hesita em mostrar sua singularidade, seja em clipe, desfile de moda ou ensaio para Project X Paris.
Kalash, artista das mil faces Se voltarmos aos anos 90 ou 2000 e disséssemos que um artista martinicano dominaria as paradas francesas com uma música de letras hardcore, sonoridades reggae/dancehall, você não acreditaria. Pior, talvez perguntasse o que é dancehall, embora já fosse a música mais consumida no Caribe. O estilo ainda não tinha marcado sua presença na França. Hoje, a população está muito mais familiarizada com esses sons graças a grandes estrelas como Admiral T e Kalash. O primeiro, guadalupense, abriu caminho e aos 41 anos é exemplo com carreira longa e cheia de sucessos. Criou pontes com muitos artistas franceses, que quiseram colaborar com a estrela antillana, fazendo o dancehall circular pela França. O segundo, Kalash, sentou no trono do game, validado pelos maiores e com números de visualizações que quase ninguém sonhou.
Nem tudo estava escrito para o rapper/cantor (chame como quiser, ele faz tudo). Seu pai era fã de Lenny Kravitz e música, mas também muito religioso, e Kalash estudou quase só em escolas religiosas, nem sempre alinhado com os códigos do dancehall... Mas como na carreira, ele encontrou seu próprio caminho. Com quase 20 anos de carreira, começou no underground local, lançou seu primeiro álbum, « Kalash », em 2010. Mas foi antes do terceiro projeto, « Kaos », que alcançou sucesso maior. O single « Bando » foi compartilhado por Booba, que o assinou em seu selo. Com esse álbum e o que veio depois, marcou a história da música. Sua facilidade vocal se destaca num game dominado por autotune e vozes filtradas. Os dois feats com B2O nesse projeto convenceram o público metropolitano pouco acostumado ao estilo, assim como o cult freestyle OKLM com Booba, Niska e Damso. Em 2017, veio a consagração com « Mwaka Moon ».
Projeto impulsionado pelo single homônimo, com Damso, que ultrapassou 300 milhões de visualizações no Youtube, e continua subindo. Mais que « Au DD » do PNL, clipe gravado na Torre Eiffel, para dar uma ideia. Além do single, o projeto é equilibrado e visualmente todos os clipes são tapas na cara. Nas letras, que falam de histórias de rua, ele aborda violência policial, racismo. Um lado revoltado que não o deixou em « Diamond Rock » e « Tombolo ». Fala muito de espiritualidade e cultura martinicana, identidade da qual se orgulha. Referência no meio, multiplica tentativas originais, feats, e parece se realizar em todos os estilos que tenta. Versatilidade que é ponto forte fora da música.
A collab Kalash x PXP Kalash teve a chance de desfilar na Fashion Week para uma marca francesa de luxo, Blue Marble. Entre investir na moda, usar roupas de grandes marcas e desfilar para centenas de profissionais na Fashion Week, há um grande passo. Passado brilhantemente pelo artista que impressionou pela ousadia de desfilar como « rapper » francês, algo impensável há 5 anos. A colaboração foi ótima, pois adoramos perfis versáteis e à vontade na Project X Paris. Para começar, demos algumas peças « clássicas » do streetwear da cápsula 90's, com conjunto bicolor branco e marrom e uma jaqueta oversize universitária com patches por cima. Tudo num cenário underground e místico, com quad Appolo Sano (apesar de sabermos que ele prefere duas rodas desde o clipe de « Mada »).
Depois, mudança de cenário com peça branca clara com alto-falantes, um aceno à profissão. O look ficou mais exuberante, especialmente nas cores, que lhe caem como uma luva. Óculos de sol firmes, Kalash vestiu o conjunto Varsity com muita facilidade. Um calça jogging universitária com faixas, moletom com capuz universitário nas mesmas cores e pronto. Para os mais frios, testamos a jaqueta oversize acolchoada universitária bicolor verde e branca, que ficou incrível. As roupas ficam ótimas nele, como mostram seus clipes. Um artista confortável com looks « old school », normal pois aos 34 anos ele absorveu os códigos dos anos 90 em que cresceu.
Mas ele também está muito à vontade em estilos mais recentes. Como este look inspirado nos códigos visuais da drill UK, música onde rappers aparecem mascarados por razões judiciais. O colete acolchoado geométrico preto da cápsula Drill & Drip mostra que Kalash entendeu os novos códigos, até ousa usar capuz para completar o look perfeito do driller. Tudo em preto escuro, claro. Tirando o colete e capuz, ele fica com um conjunto Signature Project X Paris, carro-chefe do nosso catálogo, muito bem usado por Kalash e « pimpado » com algumas joias. Um artista das mil faces, avisamos! Amamos trabalhar com ele, tudo feito com simplicidade que apreciamos na PXP e desejamos o melhor em seus próximos projetos!